Jair tem muitos méritos e um ótimo trabalho no Botafogo, mas hoje faltou ambição ao time para vencer o Furacão.



Carli disputa a bola com Pablo no jogo sem gols na Arena da Baixada. (Foto: Giuliano Gomes/PR Press)


Botafogo claramente entrou com a idéia de não pressionar o Atlético-PR, que jogando em casa e estreando o técnico Fabiano Soares, não queria decepcionar os torcedores presentes. Dessa forma, no primeiro tempo os cariocas praticamente não fizeram outra coisa a não ser se defender. O Furacão tinha a posse de bola, mas ainda faltava capricho na hora das conclusões das jogadas, o que resultou em muita posse de bola de poucas chances concretas de gol. Um cabeceio de Pablo que Jefferson defendeu e uma jogada em velocidade de Nikão, que lançou para a área, mas Jonathan não chegou a tempo, foram as melhores chances dos donos da casa, enquanto o Alvinegro, em uma jogada de Pimpão que achou Roger na entrada da área, mas chutou para fora, foram os lances mais perigosos.  E foi assim toda a primeira etapa, o Furacão chegando sem muito perigo e o Botafogo esperando uma bola para tentar encaixar um contra-ataque.


No segundo tempo o panorama do jogo mudou, para melhor. O Atlético partiu mais pra cima em busca do gol da vitória, o que acabou deixando mais espaços para o Botafogo chegar mais ao ataque. Muita correria dos dois lados, e muitos erros de passes, acabaram atrapalhando os ataques a fluir de forma mais efetiva. Matheus Fernandes e Guilherme tiveram boas chances para o Glorioso, e o Furacão teve a melhor chance de gol da partida com Éderson, após chute venenoso de Nikão que Jefferson espalmou para dentro da área, e o atacante do time paranaense só não marcou, porque Victor Luís chegou muito bem afastando a bola.


Mas o jogo esquentou mesmo foi depois dos 45 minutos do segundo tempo. Com 7 minutos de acréscimo, devido às muitas paradas para atendimento de atletas e, sobretudo, muitas cera da equipe carioca, o jogo ficou lá e cá, com o Atlético fazendo um abafa na área Alvinegra com bola áereas procurando Éderson e Thiago Heleno, tentando aproveitar a vantagem numérica, já que o zagueiro/lateral Emerson Santos foi expulso aos 39 minutos, e com o Botafogo encaixando bons contra-ataques com Guilherme e Gilson. Foram quatro boas chances de gols, duas para cada lado, nos sete minutos finais.


O resultado não foi bom para nenhuma das equipes. Ficou aquela sensação de que poderíamos ter visto algo melhor, apesar de não ter sido um jogo chato. Jair Ventura tem muitos méritos por ter pegado um Botafogo sem estrelas, dinheiro ou até mesmo um elenco com quantidade o suficiente para repor perdas, e transformar na equipe competitiva que é hoje. Com todo o respeito ao Atlético-PR, mas ficou evidente que o Furacão está longe de ser aquela equipe organizada e forte do ano passado. Nem mesmo o fator casa não tem mais o mesmo peso da temporada anterior. Para quem assistiu ao jogo ficou aquela impressão de que se Jair ousasse um pouco, principalmente na segunda etapa, talvez lançando Marcos Vinicius e Guilherme mais cedo, o Botafogo poderia ter trago os três pontos na bagagem, e estaria agora na 4ª colocação no Campeonato.



O Botafogo volta à campo no domingo (23), contra o Atlético-GO, no estádio Olímpico, em Goiás. Nessa partida, Jair já não poderá contar com Emerson Santos que tomou vermelho, além de Carli, Igor Rabello e Rodrigo Pimpão, que tomaram terceiro cartão amarelo. O Furacão na próxima rodada enfrenta a Ponte Preta, também no domingo (23), e mais uma vez na Arena da Baixada. Outra chance para fazer um agrado ao torcedor.

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