Um jogo impecável do Botafogo, e uma atuação das melhores do time Alvinegro. Botafogo volta a uma semifinal de Copa do Brasil após nove anos.

Jogadores comemoram a classificação. (Foto: Vitor Silva / SSpress / Botafogo)


O Botafogo entrou determinado a não correr riscos. Ainda mais que Micale, colocou o Atlético em campo com uma formação para explorar contra-ataques. Sem referência, e com homens de velocidade na frente, deixou o He-Man (Fred estava suspenso) no banco e foi à campo com Cazares, Robinho e Luan na frente. Assim, o Botafogo começou mais tímido, mas logo aos cinco minutos, achou com Carli, o gol que daria tranquilidade para o time de Jair Ventura jogar bola.


A partir daí, sem a vantagem, o Galo teve que se soltar mais, mas tirando Cazares, que vez por outra atormentava os zagueiros botafoguenses, o que se viu foi o Atlético ter a bola e não saber o que fazer com ela. E o Botafogo, no seu melhor estilo, conseguiu achar espaços preciosos pelo lado direito na defesa Atleticana. Por duas vezes, Pimpão foi lançado às costas de Marcos Rocha, e teve a chance de fazer o segundo gol, mas o artilheiro da Libertadores não estava em uma noite inspirada.


Se faltava inspiração para o Pimpão, pro João Paulo estava sobrando. Ele já havia distribuído dribles e belos passes antes de receber uma bola na direita (mais uma vez na avenida Marcos Rocha), e, com Luan fazendo sua marcação, deu um corte seco do atleticano, e fez cruzamento perfeito para Roger, de cabeça, ampliar o placar, aos 41 minutos. E Roger fez ontem, talvez, sua melhor partida com a camisa do Botafogo. Além do gol, o atacante também distribuiu dribles, e ganhou jogadas como nunca tinha visto desde sua chegada. Foi eleito o melhor em campo.



No Segundo tempo, o estreante Micale mudou o time. Tirou Iago, que não fazia bom jogo, e colocou Rafael Carioca, apertando a marcação no meio campo, onde o Botafogo dominou na primeira etapa, e tirou o apagado Robinho para colocar Rafael Moura, voltando a ter uma referência no ataque. Com as mudanças, o Atlético conseguiu equilibrar o jogo. Mas aos seis minutos, Pimpão mais uma vez teve a chance de liquidar a partida, em contra ataque após bela jogada de Roger, que rolou para o atacante chutar em cima de Gabriel, que se jogou na frente da bola para evitar o terceiro gol.


Aos 20 minutos, Cazares recebeu uma bela bola em profundidade, ganhou de Victor Luís na corrida, e ia ficando cara a cara com Jefferson, Mas o goleiro Alvinegro, saiu da área fechando o espaço, e na tentativa do atleticano de encobrir o camisa 1, a bola parou na cabeça do arqueiro, que se agigantou na jogada. Foi a melhor chance de gol do Atlético, que começou a alçar bolas para área buscando Rafael Moura.


Restou ao Botafogo de Jair, administrar muito bem a vantagem. O técnico ainda mostrou que tem estrela, ao colocar Gílson no lugar de Roger (que saiu merecidamente ovacionado). O lateral, que estava jogando de meia, recebeu belo passe de Bruno Silva, em contra-ataque fatal, aos 45, e marcou o terceiro, para liquidar a fatura e selar a vaga na semifinal.


O Botafogo fez ontem, a sua melhor partida no ano. Melhor até do que as grandes partidas que fez na Libertadores. Principalmente na primeira etapa. O time teve tanto a eficiência na marcação, marca registrada desde que Jair assumiu, quanto eficiência na parte ofensiva. Ontem foi apenas a quinta vez em 46 partidas disputadas no ano, que o Alvinegro marcou mais de dois gols em um jogo. Se o time conseguir manter essa efetividade, será um adversário cada vez mais difícil para os rivais.

Ontem foi uma das melhores partidas do Botafogo sobre o comando de Jair. (André Durão)

O próximo adversário será o Flamengo. Um confronto local que tem tudo para ser o mais quente dessas semifinais. O adversário classificou com muito sofrimento e um pouco de polêmica no jogo contra o Santos. O Botafogo volta a disputar uma semifinal de Copa do Brasil, depois de nove anos. Na última vez, o time de Cuca, Jorge Henrique, Lúcio Flavio, Túlio e Wellington Paulista, foi eliminado para o Corinthians, nos pênaltis, após duas vitórias de 2 x 1 para cada lado. O Sport foi o campeão naquele ano.

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