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Rodrigo Pimpão disputa a bola com jogador do Aparecidense (Foto: André Costa) |
O Botafogo precisava de uma baque grande pra acordar, vai ter dois em 5 dias. O primeiro, a derrota por 2 a 1 contra o Aparecidense, que eliminou o clube logo na primeira fase da Copa do Brasil, e o segundo, possivelmente sábado contra o Flamengo pela semifinal da Taça Guanabara. E os motivos, são:
1°) O raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Um ditado popular muito conhecido entre os brasileiros que se faz valer no Botafogo. Ainda mais duas vezes seguidas. Não foi porque deu certo a fórmula de apostar em treinador da casa com Jair Ventura, que o sucesso se repetiria com Felipe Conceição. São situações totalmente distintas. Jair estava no Botafogo há mais de 10 anos, e foi auxiliar de vários grandes nomes que por ali passaram, o que lhe deu certa bagagem de conhecimento. Ja o Felipe, esta no clube há apenas quatro anos, e só se tornou auxiliar nos profissionais, quando Jair assumiu o time em agosto de 2016.
Jair tinha uma postura mais onipresente na margem do campo, o que deixava seus jogadores sempre ligados durante a partida. Algo que é necessário quando se treina uma equipe com mais limitações como no caso do Alvinegro. Felipe por outro lado, segue uma linha mais calma, mais observadora, o que poderia ser muito bom, se nao fosse um problema.
Desde que assumiu o Botafogo, deu pra reparar que Felipe Tigrão não tem ainda a experiência necessária para lidar com as situações de jogo. Ele não sabe fazer a leitura da situação dentro de campo e buscar soluções para resolver os problemas.
Ai vão me perguntar, "ah, mas como ele vai mudar um jogo se o Botafogo tem elenco limitado"? Eu respondo e já entro no segundo ponto desse texto.
2°) O Botafogo tem um elenco limitado? Sim. E isso já vem sendo problema desde 2014, ano do rebaixamento. Mas sempre foi dando um jeito, não é verdade. Pode não ter sido às mil maravilhas, mas o time soube se virar com o que tinha. O que então tem atrapalhado o Tigrão a se virar.
Vamos pegar como exemplo esse jogo da eliminação. Primeiro, ele muda o esquema do time, que vinha sendo repetido durante todo o ano. A escolha por jogar com três zagueiros, tendo feito apenas um treinamento com essa formação, deve ter pego até os próprios jogadores de surpresa. No entanto, ele foi à campo assim, e já no primeiro tempo deu pra ver que não funcionou.
Os zagueiros, Carli, Marcelo e Rabello se embrenharam muito dentro da área, e Arnaldo e Gilson acabaram jogando muito recuados, o que deixou o Botafogo desprotegido no meio campo. No segundo tempo, hora de tirar um dos zagueiros, voltar o esquema de costume e colocar Léo Valencia ou Renatinho para ocupar o meio campo e dar qualidade à saida de bola, troca um volante por outro.
E mesmo com o empate do time goiano, e a pressão dos donos da casa, ele se acomodou, tentando segurar o empate, deixando o time do Botafogo à mercê dos ataques do Aparecidense.
A tentativa de colocar Kieza foi totalmente falida, pois a bola ainda não chegava com qualidade pro atacante, que depois dos 30 minutos, estava ocupando o campo atrás da linha do meio de campo, como todo o time do botafogo.
Ficou claro que o Botafogo precisa de pelo menos mais dois reforços para as laterais, mas o problema de limitação do elenco não pode ser o principal responsável nesse jogo.
Atrevo a dizer, que tirando as laterais e na cabeça de área, as posições mais carentes do elenco hoje, o Botafogo tem até mais opções que no ano passado.
Eu sou uma das pessoas que mais defendem a continuidade do trabalho de um treinador. Mas tem casos, que não da pra ficar dando murro em ponta de faca.
O Felipe não está preparado ainda para tocar um barco tão pesado quanto o do Botafogo. Essa falta de experiência fica clara pra quem acompanha os jogos. Dá pra perceber que ele não sabe fazer a leitura do que acontece durante o jogo. Isso vai vir com o tempo, lógico. Mas um tempo que o Botafogo não pode dispor nesse momento.
Vamos aguardar agora o jogo de sábado, e ver como as coisas vão se desembolar.
Mas, independente do resultado, acho que o Botafogo precisa rever seu planejamento, e principalmente, sua comissão técnica.
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