Não deveria, mas é do jogo

Malcom em partida pelo Bordeaux. (Foto: Regis Duvignau/Reuthers)


A contratação do atacante Malcom pelo Barcelona tem sido um dos assuntos mais comentados no mundo do futebol hoje. Isso porque o atleta já tinha sido anunciado como novo reforço da Roma, quando os catalães atravessaram a negociação, oferecendo mais ao Bordeaux (FRA) e ficando com o jogador.

Essa é uma manobra hipócrita, no entanto, mais comum do que deveria no futebol atual, onde quem tem mais grana, leva.

Se Malcom tem culpa? Tem, pois poderia muito bem ter dito não. Mas também, é claro que ele vai querer jogar no Barcelona. E não sabemos como como empresário dele se portou nesse caso. Muitas das vezes, os próprios empresários acabam dando um jeito de influenciar o jogador, visando uma comissão melhor.

Porque se olharmos pelo lado futebolístico, as chances dele ser titular mais rápido e até pensar em ser um protagonista, seria no time italiano. Claro que ele também pode chegar no Barça e arrebentar, mas com a grande concorrência que tem lá, é bem mais difícil.

O Barcelona agiu de má fé, realmente. Mas o mais sujo em toda essa história foi o Bordeaux. Não cumpriu com a palavra dada à Roma, e ainda tentou fazer leilão com o atleta, já que segundo informações de alguns jornais italianos, o Presidente da equipe francesa entrou em contato com o Presidente da Roma após a proposta do Barça, pra saber se os italianos iriam subir a oferta.

Aqui no Brasil, sempre aparece uns casos desse tipo. Ano passado, o Vasco negociava com o Chileno Léo Valencia, mas o Botafogo tomou a dianteira e contratou o meia. O Vasco não deixou barato, e quando o alvinegro tinha praticamente tudo certo com o Argentino Andrés Rios, o cruz-maltino deu o troco.

No inicio dos anos 2000, o Flamengo aplicou duas rasteiras no Vasco, que esteve perto de anunciar Edílson e Alex, mas viu o rival rubro-negro ficar com os jogadores. Ai pra não ficar a ver navios, acabou ficando com Juninho Paulista, que estava a poucos detalhes de fechar com o time da Gávea.

Em São Paulo, os clubes adoram distribuir “chapéus” também. Em 2015, São Paulo e Corinthians lutavam feito duas feras para ter Dudu, mas o Palmeiras apareceu de repente e levou o atacante.

Mas o São Paulo também já tinha deixado o Palmeiras pra trás antes. Em 2006, o volante Richarlyson chegou a fazer exames no Palmeiras, mas acabou indo pro time do Morumbi. Mais pra frente foi a vez de Ilsinho e Alan Kardec pularem o muro do CT do Palmeiras e irem pro Tricolor.

E um dos chapéus mais lendários da história do futebol brasileiro. Em 2008, o então Flamenguista declarado Ronaldo Fenômeno estava treinando no Ninho do Urubu após se desligar do Milan, e parecia que iria ficar no rubro-negro. No entanto o Corinthians acabou aparecendo e levando o atacante para encerrar carreira no Parque São Jorge.

Esses são apenas alguns exemplos, tem muitos outros, que mostram que por mais que seja errado, antiético, sacanagem e blá blá blá, isso e muito mais comum do que pensamos. Deveria? Não! Mas fazer o quê, nem tudo dá pra ser da forma como achamos que devia ser, ainda mais quando envolve as cifras milionárias do futebol atual.

E segue o jogo.

Vlw!
Jeferson Almeida

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